quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ollantaytambo...

Pequena cidade encravada no meio do Vale Sagrado Inca, para muitos apenas uma parada de poucas horas ou uma vista do trem em direção a Aguas Calientes e a Macchu Pichu.
Chegamos a Ollanta a noite, em uma lotação vinda de Cusco, um pouco apreensivos por sermos os únicos turistas na Kombi, e um pouco mais quando esta nos deixou no meio da praça da pequena cidade, deserta, a não ser por uns poucos homens cruzando em direção as estreitas vielas. Tínhamos feito um contato prévio com uma pousada a partir de Cusco, mas chegamos perto da meia noite e tudo estava fechado, sem mais opções começamos a bater em alguns restaurantes fechados e por sorte o que nos atendeu, depois de alguns minutos de espera, foi justamente o do Señor Ruben, que também era dono de uma pousada e acabamos aceitando que nos levasse até a mesma (a outra opção era ficar na praça até amanhecer). Não sem permanecer ainda apreensivos, seguimos o Señor Ruben através de ruelas escuras até um portão sem nenhuma indicação. Aceitamos o quarto de teto baixo, pinturas legais nas paredes e três grandes camas e fomos atrás do banheiro... dormimos.

E quando acordamos, que sensação incrível, do terraço da pousada a direita ainda dormia Tunupa, e a esquerda as ruínas da Llama ainda praticamente desertas. Como chamava Senõr Ruben, um perfeito Mirador, de onde nos deu uma aula sobre a história da cidade e da região.





















Fomos tomar café no bar do Señor Ruben e pudemos então notar que a cidade construída pelos Incas entre as montanhas ainda mantia seu traçado original e, como íamos descobrir, casas, canais de aguá, paredes e ruas originais.



Após um ótimo e simples café saímos, ansiosos, para subir a montanha Pinkuy Luna, primeiro em direção ao Tunupa e sua
  incrível lenda...

 

Um homem barbado e com cara de pouco amigo esculpido com esmero na montanha (por um povo que desconhecia ferramentas de ferro), coroado e carregando um grande saco de mantimentos nas costas (local onde ficavam os grandes armazens Incas para armazenamento dos grãos de milho). O primeiro que chama atenção é a barba, entre um povo que, como todos os outros povos indígenas, antecessores ou atuais, não possuiam barba. A Lenda conta que Tunupa...

Do alto da cabeça do Tunupa, ainda quase sozinhos, tivemos uma vista incrível de todas as ruínas e da cidade, construída na forma de uma espiga de milho em homenagem ao cereal fundamental na alimentação Inca, com as casas representando seus grãos.


 Na montanha em frente se enxerga com perfeição as ruínas da grande Llama (constelação de Llama), com seus terraços agrícolas e templos. E não tão facilmente visível um filhote de Llama abaixo da cabeça da mãe.


Depois de andar dos armazéns até a coroa do Tunupa, que servia como um antigo posto avançado de vigia, baixamos, almoçamos e fomos em direção ao complexo de ruínas da Llama, muito impressionante, toda a cosmologia Inca representada, , O Inca visível do outro lado, a Huaca del Condor, os grandes degraus agrícolas, os Templos da Água, tudo misturando o prático com o espiritual.


Do alto da montanha é possível ainda ver a grande pirâmide escondida, construída de tal forma que se mistura com o relevo em ângulos tão pequenos e suaves que ela apenas fica realmente vísivel observada pela montanha do outro lado...


local do Portal do Sol ou do vento, ou talvez a vagina cósmica, o ponto mais místico e misterioso do local no pico mais alto da cadeia de montanhas do vale sagrado, infelizmente são necessários dois dias para chegar lá e não fomos... Mas subimos até o alto da montanha da Llama... onde praticamente nenhum turista vai, subida difícil e com vento forte todo o tempo. No alto um altar onde as virgens do sol eram amarradas e sacrificadas, voltado para o sol poente... esperamos até o sol se pôr e atingir o alto, clima muito louco, resolvemos descer rápido.

De volta a cidade no segundo dia tiramos para caminhar pelas ruas, conhecer a praça, feira e vielas. Em uma delas descobrimos uma casa Inca perfeitamente conservada onde os moradores mantinham uma espécie de museu e tenda para venda de artesanatos.

 
De lá para Cusco novamente...

A todos que prometi e pelo muito que demorei, minhas desculpas...

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