Chegamos a Ollanta a noite, em uma lotação vinda de Cusco, um pouco apreensivos por sermos os únicos turistas na Kombi, e um pouco mais quando esta nos deixou no meio da praça da pequena cidade, deserta, a não ser por uns poucos homens cruzando em direção as estreitas vielas. Tínhamos feito um contato prévio com uma pousada a partir de Cusco, mas chegamos perto da meia noite e tudo estava fechado, sem mais opções começamos a bater em alguns restaurantes fechados e por sorte o que nos atendeu, depois de alguns minutos de espera, foi justamente o do Señor Ruben, que também era dono de uma pousada e acabamos aceitando que nos levasse até a mesma (a outra opção era ficar na praça até amanhecer). Não sem permanecer ainda apreensivos, seguimos o Señor Ruben através de ruelas escuras até um portão sem nenhuma indicação. Aceitamos o quarto de teto baixo, pinturas legais nas paredes e três grandes camas e fomos atrás do banheiro... dormimos.
E quando acordamos, que sensação incrível, do terraço da pousada a direita ainda dormia Tunupa, e a esquerda as ruínas da Llama ainda praticamente desertas. Como chamava Senõr Ruben, um perfeito Mirador, de onde nos deu uma aula sobre a história da cidade e da região.
Fomos tomar café no bar do Señor Ruben e pudemos então notar que a cidade construída pelos Incas entre as montanhas ainda mantia seu traçado original e, como íamos descobrir, casas, canais de aguá, paredes e ruas originais.
Após um ótimo e simples café saímos, ansiosos, para subir a montanha Pinkuy Luna, primeiro em direção ao Tunupa e sua
incrível lenda...
Um homem barbado e com cara de pouco amigo esculpido com esmero na montanha (por um povo que desconhecia ferramentas de ferro), coroado e carregando um grande saco de mantimentos nas costas (local onde ficavam os grandes armazens Incas para armazenamento dos grãos de milho). O primeiro que chama atenção é a barba, entre um povo que, como todos os outros povos indígenas, antecessores ou atuais, não possuiam barba. A Lenda conta que Tunupa...
Do alto da cabeça do Tunupa, ainda quase sozinhos, tivemos uma vista incrível de todas as ruínas e da cidade, construída na forma de uma espiga de milho em homenagem ao cereal fundamental na alimentação Inca, com as casas representando seus grãos.
Depois de andar dos armazéns até a coroa do Tunupa, que servia como um antigo posto avançado de vigia, baixamos, almoçamos e fomos em direção ao complexo de ruínas da Llama, muito impressionante, toda a cosmologia Inca representada, , O Inca visível do outro lado, a Huaca del Condor, os grandes degraus agrícolas, os Templos da Água, tudo misturando o prático com o espiritual.
Do alto da montanha é possível ainda ver a grande pirâmide escondida, construída de tal forma que se mistura com o relevo em ângulos tão pequenos e suaves que ela apenas fica realmente vísivel observada pela montanha do outro lado...
local do Portal do Sol ou do vento, ou talvez a vagina cósmica, o ponto mais místico e misterioso do local no pico mais alto da cadeia de montanhas do vale sagrado, infelizmente são necessários dois dias para chegar lá e não fomos... Mas subimos até o alto da montanha da Llama... onde praticamente nenhum turista vai, subida difícil e com vento forte todo o tempo. No alto um altar onde as virgens do sol eram amarradas e sacrificadas, voltado para o sol poente... esperamos até o sol se pôr e atingir o alto, clima muito louco, resolvemos descer rápido.
De volta a cidade no segundo dia tiramos para caminhar pelas ruas, conhecer a praça, feira e vielas. Em uma delas descobrimos uma casa Inca perfeitamente conservada onde os moradores mantinham uma espécie de museu e tenda para venda de artesanatos.
De lá para Cusco novamente...
A todos que prometi e pelo muito que demorei, minhas desculpas...
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